O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique (BM) decidiu, no dia 30 de Novembro último, manter a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 17,25%. É medida foi sustentada pelos elevados riscos e incertezas associados às projecções de inflação, com destaque para os efeitos da persistência da tensão da tensão geopolítica na Europa e do abrandamento da procura externa, não obstante as perspectivas de retorno da inflação para um digito, no médio prazo.
Segundo o comunicado do BM, em Outubro, a inflação anual que comporta as cidades de Maputo, Beira e Nampula, desacelerou para 11,08%, após 12,01% em setembro, a reflectir, essencialmente, o abrandamento dos preços dos bens alimentares, com destaque para as frutas e vegetais. A inflação subjacente também reduziu. Para o médio prazo, consolida-se a perspectiva de retorno da inflação para um dígito, decorrente dos efeitos dos aumentos da taxa MIMO e da estabilidade do Metical, não obstante a prevalência de elevados riscos e incertezas.
A manutenção dos elevados riscos de incertezas, a nível interno, destacam-se as pressões crescentes para o aumento da despesa pública corrente, as incertezas em relação aos impactos dos choques climáticos na oferta e comercialização de bens e à evolução dos preços administrados, incluindo o seu efeito sobre os preços de outros bens e serviços. A nível externo, mantêm-se as incertezas quanto ao prolongamento do conflito entre a Rússia e Ucrânia, e cresce-se os riscos de recessão económica global.
A previsão de crescimento económico para 2023 foi revista em baixa sendo que produto interno bruto abrandou para 3,6 no III trimestre.
A dívida pública interna mantém-se elevada, situando-se em 274,8 mil milhões de Meticais, o que representa um aumento de 56 mil milhões desde Dezembro de 2021.